SAIBA COMO COMPENSAR NO ORÇAMWENTO A SUBIDA DO IRS
Saiba como compensar no orçamento a subida do IR
.Subida do IRS vai obrigar portugueses a reformular os orçamentos mensais. Conheça 9 dicas que o podem ajudar a cortar as despesas.
Mesmo tendo o cuidado de entrar com o pé direito em 2013, as famílias portuguesas já se estrearam no novo ano com a certeza de que iam pagar mais impostos. Finalmente, esta semana, os portugueses ficaram a conhecer as novas tabelas de retenção na fonte do IRS e muitos já começaram a fazer as contas para tentar perceber que "rombo" vão sofrer no seu rendimento mensal.
Para dar uma ideia, um contribuinte casado com um filho e com um salário mensal bruto de 1.750 euros, que trabalhe no sector privado, vai ver descontado do seu ordenado mais 64 euros por mês. A perda no rendimento disponível tornará ainda mais difícil a gestão dos orçamentos familiares de muitos portugueses. Isto porque, após dois anos de sucessivos "apertos no cinto", as famílias sentem cada vez mais dificuldade em identificar formas para conseguir cortar nas suas despesas mensais. Jorge Morgado, secretário-geral da Deco, atesta isso mesmo. "Do contacto diário que temos tido com as pessoas, sobretudo em situação de pré-ruptura, é dramático apercebermo-nos que, apesar de estarem a fazer uma gestão mais criteriosa do seu dinheiro, este género de medidas vai levar umas quantas famílias para uma situação de ruptura", refere Jorge Morgado, o responsável da associação de defesa dos consumidores.
Para suavizar o impacto do aumento da retenção de IRS, o Governo anunciou a intenção de distribuir em duodécimos parte dos subsídios de férias e de Natal, uma decisão que será facultativa no caso de que trabalhe no privado. No caso do nosso cenário base, esta possibilidade permite amenizar em 43 euros a perda de rendimento mensal. Contudo, em termos práticos, as famílias portuguesas vão contar com menos dinheiro disponível em 2013, pelo que deverão olhar para o seu orçamento e refazer as "contas à vida" para evitar surpresas desagradáveis. "Apesar de todos os esforços que muitas famílias têm feito, cada vez mais é necessário chamar a atenção que os gastos têm de ser reflectidos e tem de haver uma grande disposição para pôr em causa hábitos de consumo". Segundo o responsável da Deco, existem muitas áreas onde isto pode ser feito. "Isto abrande desde medidas como a revisão dos encargos com a alimentação, com as comunicações, analisar se existem coberturas de seguros em duplicado, racionalizar o tipo de transporte utilizado, etc", enumera Jorge Morgado.
Mas, também podem passar por medidas provisórias como a negociação com os bancos de períodos de carência de juros no crédito à habitação ou mesmo pela renegociação do valor das rendas com os senhorios.
O Diário Económico apresenta ao lado nove áreas do dia-a-dia da vida familiar de muitos portugueses onde é possível fazer algumas afinações que permitam não só reduzir eventuais desperdícios nos gastos, como permitir "cortes" de centenas de euros que ajudem a aliviar o orçamento mensal, nem que seja provisoriamente.
EnergiaPoupar na factura da electricidade é possível a partir de simples gestos como não deixar electrodomésticos em ‘stand-by', verificar se a potência contratada não é excessiva ou optar por uma tarifa bi-horária. Mas, a abertura do mercado energético a outros operadores também pode ajudá-lo a poupar alguns euros na factura. Faça simulações nos diferentes operadores para procurar a solução mais adequada ao seu caso. Existem também várias formas de verificar se os seus hábitos de consumo de energia são adequados ou se poderá fazer algo mais para reduzir a sua factura. No site www.eco.edp.pt poderá ter acesso a dicas de poupança e fazer simulações de consumos, comparar a eficiência energética dos seus equipamentos, ou fazer um teste ao seu perfil de eficiência energética. Também o site www.ecocasa.pt, lançado pela Quercus, disponibiliza alguns simuladores que o podem ajudar a contabilizar os gastos com electricidade, água ou emissões de CO2.
Seguros
O segredo para poupar nos seguros não passa necessariamente por eliminá-los da lista de despesas, mas sim por saber como cortar nos prémios que paga. Nem sempre as pessoas conhecem todas as coberturas dos seus seguros. Por vezes têm duas apólices que cobrem o mesmo risco, o que não traz vantagens porque as indemnizações não são cumulativas e os encargos poderiam ser mais baixos. Analise também se o nível de coberturas dos seus seguros é adequado às suas necessidades, já que pode estar a pagar por uma cobertura que não lhe traz vantagens e só encarece o prémio. Esteja ainda atento às recentes campanhas das seguradoras, oferecendo condições mais vantajosas na subscrição de com vista a captar novos clientes. A Tranquilidade, por exemplo, na compra do seguro "Casa e Carro", está a oferecer a primeira anuidade num seguro dentário. O ‘site' da Deco também tem um simulador que o pode ajudar a procurar o seguro de saúde mais em conta.
ComunicaçõesNuma família em que todos os elementos tenham um telemóvel é vital ter a certeza de que todos têm o tarifário mais adequado e mais barato de acordo com o seu perfil de consumo. Caso contrário, a probabilidade de se estar a gastar mais do que devia com telemóveis aumenta. Para se certificar que tem o tarifário mais competitivo poderá recorrer ao site da ANACOM que permite fazer o comparativo dos vários tarifários que existem e fazer uma simulação dos seus consumos. Este site permite também fazer um comparativo da oferta nos serviços de televisão paga existentes no mercado. Também a Deco disponibiliza um simulador para as tarifas de telemóvel. Além destes simuladores, recorde-se que existem operadores móveis virtuais, como o Phone-ix dos CTT e ainda as marcas ‘low cost' das próprias operadoras, como o UZO ou a Rede4, que têm tarifários muito competitiva.
Produtos bancários
Os portugueses são habitualmente muito fiéis ao seu banco, mas essa faceta pode tornar-se dispendiosa. Consoante os bancos, os custos com comissões podem variar consideravelmente e pode mesmo estar a pagar por serviços que não usufrui. Faça uma análise ao seu extracto bancário e às condições dos serviços a que aderiu para encontrar desperdícios. Para saber qual é o banco mais barato nem precisa de sair de casa. Nos ‘sites' dos bancos é possível aceder aos preçários praticados em todas as instituições. Basta consultá-los para verificar, se face ao seu nível de envolvimento financeiro, valerá ou não a pena mudar de instituição financeira. Esta comparação de comissões poderá levá-lo a poupar alguns euros. Outra dica a ter em conta para poupar nos serviços bancários passa por privilegiar a realização de operações financeiras (transferências, requisição de cheques, compra e venda de títulos) através do serviço de homebanking'. Isto porque as comissões são mais reduzidas (ou em alguns casos, podem mesmo ser nulas) se as operações forem feitas por essa via.
Poupança
Muitas famílias já não têm margem para conseguir incrementar as suas poupanças ao fim do mês. Por essa razão, a possibilidade de ver o seu orçamento crescer com a distribuição de parte dos seus subsídios de férias e Natal em duodécimos pode ser tentadora. Se for adepto dessa solução, e tiver margem para isso, não se deixe tentar e procure rentabilizar da melhor forma esse dinheiro colocando-o de parte numa conta poupança para fazer face a despesas futuras, imprevistos ou simplesmente rentabilizá-lo através de uma aplicação financeira segura
Alimentação
As despesas com alimentação, bebidas e tabaco representam em média quase 30% das despesas mensais das famílias. Poupar neste campo pode não significar muito esforço. Escolher as marcas brancas, pode ajudar a cortar substancialmente nos encargos com alimentação. Face às marcas de referência, a poupança rondará, em média, os 33%, segundo um estudo recente da Deco. Siga também pequenas dicas na ida ao supermercado como cumprir a lista de compras religiosamente ou comparar preços com quantidades. A utilização dos cartões de desconto também podem ajudar a cortar despesas, mas tenha o cuidado de utilizar apenas as promoções de produtos que pode conservar. A alimentação fora de casa é outra das áreas em que muitas vezes não se dá conta dos excessos. Tomar um café e comer um bolo todos os dias na pastelaria da esquina custa ao fim de um mês cerca de 50 euros. Sempre que possível, opte também por confeccionar as refeições em casa. O livro "Comer Bem é + Barato", lançado pela Deco com ajuda de nutricionistas pode ajudá-lo, já que dá-lhe a conhecer ementas a um euro por pessoa.
Combustíveis
Para muitas pessoas que necessitam de se deslocar de carro no -dia-a-dia, a factura com os combustíveis tornou-se proibitiva. Quem não possa abdicar desse luxo, encontra nos combustíveis de marca branca uma oportunidade de poupança. Aliás, um estudo recente a Deco concluiu que os combustíveis ‘low cost' não prejudicam os motores e que face aos ‘premium' apenas diferem no preço. Por exemplo, dentro do concelho de Lisboa, o litro de gasolina sem chumbo 95 tanto pode custar 1,569 euros como 1,654 euros, consoante o consumidor escolha o posto mais barato ou mais caro. Para quem atesta duas vezes por mês um depósito de 50 litros, significa que a escolha do posto mais em conta pode ajudá-lo a poupar 8,5 euros por mês. No site da direcção geral de energia e geologia, www.precoscombustiveis.dgeg.pt, é possível verificar qual é o posto mais barato da sua região.
Crédito à habitação
O empréstimo da casa representa uma das maiores fatias do orçamento mensal de muitas famílias. Para quem pretenda aliviar provisoriamente este encargo mensal pode tentar negociar com o banco um período de carência de capital. Por exemplo, num crédito à habitação de 100 mil euros a 30 anos com uma taxa de juro de 2,5%, ao pedir um período de carência de capital de dois anos consegue baixar a prestação de 395,12 para 208,33 euros, o que permite uma folga provisória de 187 euros mensais durante este período difícil. Contudo, é necessário ter em conta que essa opção faz elevar os encargos do seu crédito. Findos esses dois anos, a prestação vai agravar-se para 414 euros, e os custos globais com o empréstimo também vão subir. Para o caso simulado, os encargos totais do empréstimo (sem carência de capital) situavam-se nos 42.843 euros. Já com carência de capital, sobem para 44.750 euros. Ou seja, mais 4,5%.
Rendas
A crise financeira tornou o mercado de arrendamento uma opção cada vez mais viável. A falta de crédito à habitação e o endividamento da banca levou muitos promotores imobiliários a privilegiar o arrendamento, aumentando a oferta e fazendo baixar os preços. Em termos nacionais, o valor da renda média caiu cerca de 13% entre 2010 e 2012. Perante o aumento da oferta tornou-se mais fácil não apenas mudar de imóvel como negociar a renda com os proprietários. Caso viva em casa arrendada procure alternativas mais económicas na sua zona. Se não pretender mudar de casa tente negociar com o seu senhorio uma redução da sua renda, acenando-lhe com outras propostas ou mesmo fazendo valer a realidade do mercado. Pode ter uma surpresa agradável, sem ter de mudar de casa
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