quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

AQUI ESTÁ UM MAU EXEMPLO QUE O MINISTRO PAULO MACEDO NÃO DEVE SEGUIR.


Casos de negligência num hospital britânico estão a chocar o país





Idosos abandonados sem comida nem água e falta de higiene foram algumas das falhas encontradas numa investigação levada a cabo ao Hospital de Stafford, em Inglaterra, onde, entre 2005 e 2009, morreram até 1.200 pessoas acima do normal.


O documento com as conclusões da investigação levada a cabo pelo advogado Robert Francis ao Hospital de Stafford, no centro de Inglaterra, estão a chocar o Reino Unido e levou o primeiro-ministro David Cameron a apresentar já um pedido de desculpas no Parlamento.

Em causa está uma investigação lançada em 2010 para averiguar os eventuais casos de negligência naquele hospital público, que terão estado na origem de 400 a 1.200 mortes entre os anos de 2005 e 2009. As conclusões dificilmente podiam ter sido piores.

“Esta é uma história de horrível e escusado sofrimento de centenas de pessoas. Não foram atendidas por um sistema que ignorou os sinais de alerta e colocou o interesse corporativo e o controlo de custos acima dos doentes e da sua segurança”, disse Robert Francis na apresentação do documento conhecido esta seman 

De acordo com a BBC, que noticiou estas conclusões, havia neste hospital enfermeiros sem formação suficiente, médicos sem experiência a seguir pacientes em situação crítica e recepcionistas a decidirem se o paciente ia ou não para os cuidados intensivos.

Mas não se fica por aqui o rol de falhas. A investigação levada a cabo apurou que os doentes, na maioria idosos, eram deixados sem comida nem bebida, mesmo os que não se conseguiam alimentar sozinhos. Havia também casos de pacientes que por não terem ajudar para ir à casa de banho acabavam por ficar deitados nas próprias fezes.

Estudos anteriores já apontavam negligência

Mas esta não é a primeira investigação àquele hospital público. Logo em 2009, quando o escândalo “Mid Staffs” rebentou, foi levada a cabo a primeira de cinco investigações sobre a gestão do hospital. Esse primeiro estudo, comandado por uma comissão dependente do Ministério da Saúde britânico, concluiu que a gestão do hospital tinha primado pelos “objectivos económicos" acima da qualidade do serviço.

Logo nessa altura, quer o director-executivo do hospital, Martin Yeates, quer o então presidente da fundação – organização sem fins lucrativos sob a alçada do Governo – que geria o centro, Toni Brisby, apresentaram a sua demissão. Porém, a edição online do “Mirror” aponta para o facto de, mesmo confirmados os casos de negligência, não se ter responsabilizado ninguém até agora.

David Cameron promete actuar
Embora estes casos se reportem a um período em que Cameron ainda não tinha assumido o cargo de primeiro-ministro, este pediu desculpa no Parlamento e prometeu actuar no sentido de garantir o máximo de qualidade no Serviço Nacional de Saúde britânico.

O advogado especialista em negligência clínica e autor da investigação, Robert Francis, considera que este caso mostra que são necessárias “grandes reformas” no sistema e por isso, ao longo de 3.000 páginas, faz cerca de 290 recomendações ao Governo para melhorar o sistema de saúde, entre as quais estão o fecho de unidades hospitalares onde as preocupações com a segurança são levantadas; a regulamentação do trabalho dos assistentes do Serviço Nacional de Saúde; a criação de uma “lista negra” de administradores hospitalares que, comprovadamente, tenham cometido falhas de gestão.

Cameron comprometeu-se a responder às recomendações de Francis dentro de um mês, mas já avançou que os enfermeiros são o grupo-chave para melhorar a experiência dos pacientes e, como tal, poderão vir a ser pagos com base na forma como tratam dos doentes. O primeiro-ministro disse ainda que vai criar a figura de um inspector-chefe dos hospitais para investigar casos de alegada quebra de qualidade e avançará com um novo regime de inspecções no próximo Outono.

A BBC avança ainda que os advogados de 18 pessoas que reclamam casos de negligência e falta de cuidados na morte dos seus familiares vão processar outros dois hospitais: o Queen’s Hospital e o Eastbourne District General. E de acordo com a imprensa internacional estarão também já sob investigação cinco a oito outros hospitais britânicos. Muitas são já as vozes que dizem que este caso pode manchar a reputação do Serviço Nacional de Saúde britânico, que serviu aliás de inspiração a Portugal.

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