segunda-feira, 15 de abril de 2013

SAÍDA DO EURO JÁ CORRE NO PS....

 
 
A permanência na moeda única deixou de ser tabu na bancada socialista – mas não na direcção. Seguro acha, porém, a dívida ingerível como está.
Pedro Nuno Santos foi quase ostracizado quando, há um ano, defendeu que o país devia ameaçar não pagar as suas dívidas, recusando a austeridade. Esta semana escreveu no jornal i quase o mesmo, com muitos na bancada a aplaudir sigilosamente: «Defendo uma reestruturação significativa da dívida [...]. Se não o conseguirmos dentro da zona euro, a saída poderá passar a ser uma necessidade». Na direcção, a tese é vista como terrível – mas não sem que exista medo que o cenário se venha a colocar.

Entre os mais próximos de Seguro, há consciência de que as exigências que o PS faz à troika para renegociar o memorando são difíceis de ser aceites, mas vinca-se que constituem a única via de Portugal pagar a sua dívida pública sem recorrer a um perdão dos credores, que poria o país sob fogo dos mercados.

Na passada quarta-feira, Seguro foi convidado pela embaixada da Irlanda, para um almoço com representantes diplomáticos dos 26 membros da União Europeia. O líder do PS reiterou a posição do partido, defendendo um governo relegitimado em eleições que tenha força para renegociar a dívida.

O problema que se coloca é óbvio: e se a Europa disser não?
Para já, Seguro concentra os esforços na defesa das suas propostas europeias, empenhando até a direcção na defesa do prolongamento das maturidades. Eurico Brilhante Dias teve uma reunião em Dublin, em paralelo ao Eurogrupo. Isto apesar de o líder do PS não ter recebido, desde o chumbo do TC, um contacto de Barroso, Passos, Gaspar ou até de Cavaco Silva.

Na bancada socialista, a tese de Pedro Nuno Santos começa a correr. «Ainda não é tempo de falar em público», diz um socialista ao SOL. Que, em privado, se indigna com o teor do comunicado da Comissão Europeia no último domingo, que exigia ao país o cumprimento das metas, apesar do chumbo do TC, e a unidade das instituições. «Se aquilo não foi combinado com o Governo e é o que a troika pensa, então a única situação que temos é começar a preparar a saída do euro», dizia a mesma fonte.

manuel.a.magalhaes@sol.pt 

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