quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MOSCAVIDE E PORTELA - QUE RESPOSTAS TÊM OS CANDIDATOS PARA O " HOLOCAUSTO DOS VELHOS " ?



Aos velhos só lhes resta morrer para que o dinheiro comande, viva, se torne o valor máximo. Esta luta para salvar o capitalismo que já morreu, não pára! Holocausto sim, dos velhos!

Recordo-me em criança de nos juntarmos à volta dos avós, no colo quentinho sempre disponível deles, dos nossos heróis para quem éramos únicos, recebíamos os seus cuidados que tanto nos enterneciam. Estar com eles era uma aventura de histórias que avidamente ouvíamos acocorados aos seus pés.

- Olha o lanche dos meninos!

- Onde estão os meninos?

E os olhinhos meigos percorriam-nos como se fossemos pérolas únicas que há que constantemente aconchegar. Os velhinhos de ontem e de hoje que me seguram sempre quando tropeço na violência do "só eu existo", e que com os seus silêncios me comovem, mesmo sabendo que são temporários e precários. Os velhinhos curvados no jardim a jogar à sueca, sentados à porta de casa, porque o corpo já não dá para correrias ou então arrastando-se com sacos de compras, curvados, resistindo em direcção a casa (quando a têm) e só o silêncio os espera... Os novos partiram...  (....)

 ("Holocausto dum país, holocausto dos velhos!" por Lídia Menezes, jornal Público de 11 Agosto de 2013)

  (....) Como outros latifundiários da zona, os Pulido Garcia tinham dependências onde fechavam os que apanhassem a roubar azeitona ou bolota das suas terras. "Não era propriamente uma prisão", diz Valverde Martins, mas "era onde punham as pessoas até chegar a GNR."

A bolota era "para cozer e comer, dar aos filhos que tinham fome, às vezes para alimentar um porco". E era "meia dúzia de quilos, 12 ou 20 quilos no máximo"

 (Público de 11 Agosto 2013, notícia sobre o "tríptico de Beja" que terá pertencido à família dos Pulido Garcia e que se encontra no Japão)

 Segundo os dados do recenseamento eleitoral, reportados a 31 de Dezembro de 2012, em Moscavide existiam 33,6% de eleitores com mais de 65 anos e na Portela eram 30,14%

 Será que os candidatos às eleições autárquicas terão presente esta realidade? Têm propostas concretas para acudir a tão grave problema? Ou pensam apenas no velho slogan de que "as pessoas não são números" para lhes sacar o voto?

 Loures County Stories
Zeferino Dias

5 Comentários:

Às 15 de agosto de 2013 às 00:54 , Anonymous Anónimo disse...

Com tantos votos em disputa a resposta que muitos deles têm é sacá-los custe o que custar! Aliás, sacar, sacar e sacar é a única coisa que sabem fazer. Que experiência têm eles da vida? Eles nem sequer sabem o que é a bolota ...

 
Às 15 de agosto de 2013 às 09:06 , Anonymous Anónimo disse...

as academia seniores tão em moda no nosso conCcelho não são mais que aproveitar para sacar votos a este nicho de mercado.

Com tantos centros e associações de reformados no concelho ,porque que o municipio e as juntas de freguesia nao dão condiçoes aos centros de reformados para organizarem actividades e terem vida propria ?

porque será ? assim perdiram o protagonismo ... o que interessa não é o bem estar dos velhotes mas sim o seu voto .

 
Às 16 de agosto de 2013 às 00:36 , Anonymous Anónimo disse...

Se pensarmos que a esperança media de vida aos 65 anos é de mais ou menos 18 anos, a maioria dos moradores vai desaparecer aceleradamente nos próximos anos. Pode parecer macabro mas é verdade. Têm razão aqueles que falam de holocausto. Os poderes públicos? A Câmara, a Junta? Eles nem sequer estudam os assuntos quanto mais terem respostas. As academias séniores são muito úteis mas o problema é muito mais vasto. Os Centros de Dia são úteis mas só por si não resolve. Nem mesmo os lares, tão necessários que eles são. A questão essencial é saber como é que a colectividade pode assegurar o direito a morrer com dignidade. A crise económica veio agravar ainda mais o problema e é impressionante a linguagem de muitos políticos locais e nacionais. Cabeças vazias, ôcas, sem ideias, é uma verdadeira tristeza. E uma desgraça...

 
Às 16 de agosto de 2013 às 15:57 , Anonymous Anónimo disse...

É a vida os do baby-boom vão para o baby-pum. É mesmo macabro mas é a lei da vida. Para trás fica uma vida de sacrifício para que os filhos e netos não tivessem de comer bolota. Como herança deixam infinitamente mais do que receberam. É esse mais que os "herdeiros" almejam e, como se não lhes bastasse, até os votos da democracia sonhada e duramente construída lhos querem manipular. Dentro de uma década já não têm de pagar reformas, nem saúde. O deficit fica resolvido, já não pagarão PPP, haverá empregos, têm casa, 2ª casa, viverão ricos e felizes. Este é o programa não digo de todos mas de muitos que por aí roçam o dito ...

 
Às 19 de agosto de 2013 às 20:25 , Anonymous Anónimo disse...

Porque será que não comentam assuntos que realmente importam? Ou a solução ("final") é o forno crematório do cemitério de Camarate? Até que chegue o dia "almejado" por muitos é preciso é sacar votos, os bens, a reforma, etc, etc, etc.

 

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial