RELATÓRIO ANTICORRUPÇÃO DA UE - UNIÃO EUROPEIA,2014
Relatório
Anticorrupção da UE
Comissão
apresenta primeiro Relatório Anticorrupção da UE
A
corrupção continua a ser um problema na Europa. Afeta todos os Estados-Membros
da UE e custa à economia europeia cerca de 120 mil milhões de euros por ano. Os
Estados-Membros tomaram muitas iniciativas nos últimos anos, mas os resultados
são desiguais e é preciso fazer mais para prevenir e punir a corrupção. Estas
são algumas das conclusões do primeiro Relatório Anticorrupção da UE publicado
hoje pela Comissão Europeia.
Nele
se expõe a situação de cada Estado-Membro: quais as medidas anticorrupção em
vigor, quais as que dão bons resultados, o que pode ser melhorado e
como. Os capítulos por país em inglês e nas línguas nacionais estão
disponíveis em: http://ec.europa.eu/anti-corruption-report
O
relatório revela que tanto a natureza como o nível de corrupção, assim como a
eficácia das medidas tomadas para a combater, variam consoante o Estado-Membro.
Mostra igualmente que a corrupção carece de maior atenção em todos os
Estados-Membros.
Os
resultados de um inquérito Eurobarómetro sobre as atitudes dos europeus face à
corrupção publicado hoje também confirmam estas conclusões. O inquérito revela
que três quartos dos europeus (76 %) consideram que a corrupção é um
fenómeno generalizado e mais de metade (56 %) pensam que o nível de
corrupção no seu país aumentou nos últimos três anos. Um em cada doze europeus
(8 %) afirma ter tido experiência ou assistido a um caso de corrupção no
último ano. Os resultados do Eurobarómetro podem ser consultados aqui.
«A corrupção mina a confiança dos cidadãos nas
instituições democráticas e no Estado de direito, afeta a economia europeia e
priva os Estados de receitas fiscais indispensáveis. Os Estados-Membros têm
feito muito, nos últimos anos, para lutar contra a corrupção, mas o relatório
de hoje mostra que é preciso fazer muito mais. O relatório sugere o caminho a
seguir, e espero vir a trabalhar com os Estados-Membros para garantir o seu
seguimento»,
declarou Cecilia Malmström, Comissária dos Assuntos Internos da UE.
A corrupção afeta todos os Estados-Membros — de formas muito diferentes
Eis
algumas das principais conclusões quanto às tendências em matéria de corrupção
na UE:
1.
Mecanismos de controlo
· Recurso a políticas
de prevenção (designadamente, normas de ética, medidas de sensibilização,
mecanismos de controlo interno, acesso fácil a informações de interesse
público). Existem
grandes diferenças entre os Estados-Membros no domínio da prevenção da
corrupção. Em alguns deles, a prevenção eficaz contribuiu para criar uma imagem
de país pouco corrupto, noutros a aplicação de políticas de prevenção foi
fragmentária e teve resultados moderados.
· Mecanismos de
controlo externos e internos. Em muitos Estados-Membros, os controlos
internos das entidades públicas (especialmente a nível local) são insuficientes
e descoordenados.
· Conflitos de
interesses. As
normas sobre conflitos de interesses variam muito na UE e os mecanismos de
verificação das declarações de conflitos de interesses são muitas vezes
insuficientes. As sanções por violação destas normas são raramente aplicadas e,
habitualmente, brandas.
2.
Ação judicial e sanções
· As normas de direito
penal em vigor que preveem o crime de corrupção seguem em grande parte
as normas estabelecidas pelo Conselho da Europa, as Nações Unidas e na
legislação europeia. Porém, a Decisão-Quadro 2003/568/JAI relativa à luta
contra a corrupção no setor privado foi transposta de forma desigual pelos
Estados-Membros.
· A eficácia da
aplicação da lei e ação penal no domínio da investigação da corrupção
varia muito na UE. Alguns Estados-Membros apresentam resultados notáveis.
Noutros, as condenações efetivas são raras ou as investigações morosas.
· A maior parte dos
Estados-Membros não dispõe de estatísticas exaustivas sobre o crime de
corrupção, o que complica a comparação e a avaliação. As normas processuais,
incluindo as que preveem o levantamento da imunidade dos políticos, entravam
certos casos de corrupção em alguns Estados-Membros.
3.
Dimensão política
· Responsabilização
política.
A integridade na vida política continua a ser uma questão importante para
muitos Estados-Membros da UE. Por exemplo, são raros e por vezes brandos os
códigos de ética aplicáveis aos partidos políticos ou às assembleias eleitas.
· Financiamento dos
partidos políticos.
Embora muitos Estados-Membros tenham adotado normas mais exigentes em matéria
de financiamento de partidos, subsistem deficiências consideráveis. São
raramente impostas na UE sanções dissuasivas contra o financiamento ilícito de
partidos.
4.
Domínios de risco
· Nos Estados-Membros,
os riscos de corrupção são geralmente maiores a nível regional e local, nos
quais as verificações e controlos tendem a ser mais brandos do que a nível
central.
· Os setores do
desenvolvimento urbano e construção, bem como o da saúde, são vulneráveis a
corrupção em vários Estados-Membros.
· Existem algumas
deficiências no que diz respeito ao controlo das empresas públicas, aumentando
a sua vulnerabilidade à corrupção.
· A pequena corrupção
continua a constituir um fenómeno generalizado apenas em alguns
Estados-Membros.
Contratos
públicos: um domínio vulnerável à corrupção
O
relatório inclui um capítulo especial sobre contratos públicos. Trata-se de um
domínio de grande importância para a economia da UE, dado que cerca de um
quinto do PIB da UE é gasto anualmente por entidades públicas na aquisição de
bens, obras e serviços. É também um domínio vulnerável à corrupção.
O
relatório apela à criação de padrões de integridade mais exigentes no domínio
dos contratos públicos e sugere melhoramentos dos mecanismos de controlo em
determinados Estados-Membros. Os capítulos por país incluem informações
circunstanciadas e os pontos específicos que carecem de maior atenção.
Contexto
· Um capítulo
geral que resume as principais conclusões, que descreve as tendências
europeias no domínio da corrupção e analisa a forma como os Estados-Membros
lidam com a corrupção nos contratos públicos.
· 28 capítulos por país que apresentam
uma panorâmica geral da situação em matéria de corrupção, assinalam questões
que carecem de maior atenção e realçam boas práticas que podem servir de
exemplo para outros países.
· O relatório inclui
ainda os resultados de dois inquéritos Eurobarómetro sobre a
perceção da corrupção entre os cidadãos europeus, por um lado, e as empresas,
por outro.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial