A diminuição das reservas de sangue dos grupos Zero negativo, Zero positivo e A negativo levou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) a lançar um apelo "urgente" aos cidadãos para que se tornem dadores. De acordo com este instituto, registou-se, no primeiro mês do ano, uma quebra homóloga de 13% no número de unidades de sangue colhidas. Hélder Trindade, presidente do IPST, explica que, nesta altura do ano, por causa das gripes, é normal existir uma quebra das dádivas. Contudo, a seu ver, existem agora outros fatores a contribuir para esta redução: uma alta taxa de emigração, as dificuldades nos meios de transporte e uma maior dificuldade na saída em horário laboral para dar sangue.
O meu peso será suficiente para ser dador? Qualquer pessoa com peso igual ou superior aos 50 kg pode doar.
Poderei ser recusado? Sim. Poderá ficar suspenso por múltiplas razões. Um médico avaliará o estado geral de saúde, procurando salvaguardar o bem-estar do dador e do recetor.
Os menores de 18 podem doar sangue? Não. Para ser dador de sangue, terá de ter entre 18 e 65 anos e ter hábitos de vida saudáveis.
Posso dar sangue várias vezes por ano? Sim. Pode repetir a dádiva sem qualquer inconveniente para a sua saúde e bem-estar (os homens de 3 em 3 meses e as mulheres de 4 em 4 meses).
A toma de antibióticos impede a doação? Não é o antibiótico que impede a dádiva, mas sim a doença infecciosa que é suposto estar a tratar. As bactérias e os vírus, apesar de localizados, podem ser encontrados no sangue circulante. A garantia de que uma infeção está bem tratada surge quando, uma semana depois de parar a toma do antibiótico, os sintomas não voltam a surgir.
As viagens impedem as dádivas? A facilidade com que se viaja de um ponto do mundo para outro veio permitir que se importassem doenças como o dengue, a malária e o paludismo. O dengue obriga a que se observe uma quarentena de um mês, o paludismo e a malária obrigam a uma quarentena de seis meses e, antes de retomar as dádivas, deve fazer-se o teste de despiste da malária.
Recebi uma transfusão. Não posso dar? Devido à epidemia da doença das vacas loucas, na década de 1980, e dada a impossibilidade de se realizarem testes que permitam saber se o sangue pode transmitir a doença, quem, nos últimos 30 anos, tiver recebido uma transfusão, não deve dar.
UMA APP PARA DADORES O IPST tem disponível uma aplicação gratuita que permite ao dador receber alertas sobre o estado do estoque nacional, a melhor altura para fazer a sua doação e ainda o lugar mais próximo onde poderá efetuá-la. Além disso, sempre que um tipo de sangue estiver em falta, os dadores desse grupo sanguíneo são avisados.
LOCAIS ONDE FAZER A SUA DOAÇÃO Além dos locais fixos dos Centros de Sangue do IPST (Lisboa, Porto e Coimbra), pode-se dar sangue nas Administrações Regionais de Saúde.
Para mais informações sobre as sessões móveis de colheita (nas quais se deslocam equipas do IPST a locais acordados), consultar www.dador.pt.