PORTUGAL -SEIS DECISÕES DIFÍCEIS QUE AS FAMILIAS TOMARAM COM A CRISE
Na última semana da Troika em Portugal, importa conhecer os efeitos da crise económica e financeira nas famílias portuguesas. Conheça seis decisões difíceis que as famílias portuguesas tomaram nos últimos três anos.
Seis decisões difíceis que as famílias tomaram com a crise
Os portugueses tiveram que tomar decisões bastante difíceis devido à crise económica e financeira. Conheça algumas dessas decisões.
Com o início da crise económica e financeira em Portugal muitos portugueses tiveram de ajustar o seu nível de vida. Existem alguns indicadores que tornam esta conclusão evidente e que permitem verificar quais foram as principais mudanças na vida dos portugueses. Conheça algumas das decisões mais difíceis que as famílias tiveram de tomar desde 2011.
1. Emigrar
Segundo dados da OCDE, a emigração portuguesa tem vindo a aumentar desde o ano 2000. O INE calcula que só em 2011 tenham saído de Portugal cerca de 44 mil pessoas. No entanto, os números da emigração podem ser mais elevados, devido às diferentes fórmulas de cálculo que existem e o facto de muitos portugueses não se apresentarem nas respetivas embaixadas ou consulados portugueses no país de chegada. Tendo em conta o aumento do desemprego e a diminuição dos salários, a emigração surge assim como a única solução para fintar as condições adversas do mercado de trabalho em Portugal.
2. Adiar a compra de carro novo
Com a descida de rendimentos, as grandes compras são adiadas para mais tarde como é o caso da compra de carro novo ou usado. Segundo dados divulgados no início do ano pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as vendas de automóveis ligeiros de passageiros registaram em 2012 os piores números desde 1985. A boa notícia é que há já alguns sinais de recuperação nesta área. Segundo a ACAP desde o início do ano e até setembro, as vendas de automóveis estão a registar um aumento de 5,7%, face ao mesmo período do ano passado. No entanto, as vendas ainda estão longe de atingir os valores apresentados pré-crise, tendo em conta que muitos portugueses preferem não gastar a fazer um investimento num carro novo.
3. Deixar de utilizar o carro
Deixar de comprar carro ou de utilizar o carro tem uma consequência direta: a diminuição nas vendas de combustíveis. A Direção Geral de Energia e Geologia reconhece que houve em julho uma diminuição de 9,2% no consumo global de combustíveis fósseis, em relação ao ano passado. No caso da gasolina sem chumbo 95 o consumo desceu 7% em julho, face ao mesmo mês do ano anterior. Igual quebra (7,3%) foi também sentida no consumo do gasóleo. É na gasolina sem chumbo 98 que se nota uma maior quebra do consumo: 15,9%. Este é um claro sinal de que há menos carros a circular.
4. Passar a consumir produtos de marcas brancas
O consumo das marcas próprias dos super e hipermercados também foi uma das mudanças que se registou ao longo dos últimos anos. Segundo o Nielsen Scan Trends, em 2012 verificou-se um aumento da quota de mercado destes produtos de 33,5%. Até outubro de 2013, esta quota mantinha-se nos 32,5%, sendo que poderá aumentar até ao final do ano. As diferenças de qualidade pouco significativas entre os produtos da chamada “marca branca” com os produtos dos fornecedores e o fato dos preços serem geralmente mais baixos nos produtos das marcas próprias, ajudam a explicar esta tendência de consumo. O consumidor tem então tendência a preferir produtos que numa relação qualidade/preço aproximam-se daquilo que ele deseja para ele, conseguindo poupar na conta do supermercado.
5. Fazer férias em casa
Tendo em conta o mercado de trabalho precário e a diminuição do rendimento disponível, as férias já não são para todos. Segundo um estudo do IPDT – Instituto do Turismo em 2013, 49,8% dos portugueses não fizeram férias entre junho e setembro. Daqueles que o pretendiam fazer, cerca de 33% respondeu dizendo que preferia fazê-las em casa. A decisão de não fazer férias ou preferir fazê-las em casa prende-se essencialmente com motivos monetários.
6. Arrendar casa em vez de comprar
De acordo com dados do portal PORDATA, os alojamentos familiares arrendados tiveram um aumento em 2011 de 7,3% em relação ao ano 2001. Esta mudança de hábitos nos portugueses deriva sobretudo da diminuição de crédito concedido para a compra de uma habitação, mas também da existência nos últimos anos de um aumento de casas para arrendar.
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