domingo, 17 de setembro de 2017

A GRANDE ANEDOTA NACIONAL


(Blogue AVENTAR)

A grande anedota nacional




É claro que a decisão dos terroristas da Standard & Poor’s não se deveu em exclusivo à acção deste governo. Nem deste nem de governo nenhum, que agências de rating são empresas privadas que tomam decisões em função dos seus interesses momentâneos, sejam eles quais forem. Que o diga o Lehman Brothers, cujo triplo A cintilava na constelação financeira no dia imediatamente anterior ao pontapé de saída do crash de 2008.
Contudo, há algo de verdadeiramente encantador nesta revisão da notação financeira do rating português. Foram quase dois anos de alarmes apocalípticos, profetizados por barões radicalizados do PSD e do CDS-PP, cronistas e jornalistas ditos de referência, que anunciavam sanções, resgates, défice descontrolado e desemprego galopante. Sim, a dívida continua a ser uma grande dor de cabeça. Como o foi nas quatro últimas décadas. Mas a estratégia do medo, a única que emanou da São Caetano e do Caldas nos dois últimos anos, com o auxílio e forte empenho dos spin masters da direita, pequenos Trumps que se dedicam à canalha instrumentalização emocional dos mais incautos, é hoje a grande anedota nacional e deveria corar de vergonha toda aquela gente. Se tivessem vergonha na cara, claro. Depois admiram-se com sondagens historicamente desastrosas.
Resta-lhes a narrativa da censura e da ameaça comunista, duas palermices nas quais já só as mais acéfalas ovelhas acreditam, que o rating do wishful thinking catastrofista está já abaixo de lixo não-reciclável. Nem para compostagem serve. António Costa bem pode esfregar as mãos: como tão fraca oposição, que colocou a fasquia tão baixa e se prestou a tão triste papel, qualquer vitória de pirro abafa bizarrias como a entrevista de Azeredo Lopes ou palhaçadas como aquela que está a deixar a Protecção Civil em estado de sítio.



0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial