quarta-feira, 23 de março de 2011

MORREU UM GRANDE PORTUGUÊS. QUE DESCANSE EM PAZ


Ontem, morreu ARTUR AGOSTINHO, um dos grandes comunicadores do Jornalismo, Rádio e Televisão e acima de tudo um homem dotado de uma personalidade forte que não se deixou abater- no período pós 25 de Abril de 1974 - quando pretensos revolucionários, que se intitulavam donos da democracia, o prenderam sem qualquer justificação.
Este blogue ,em Junho de 2010, publicou uma notícia sobre esta grande injustiça:

"ATÉ NA PRISÃO FUI ROUBADO
Este é o título do livro da autoria de Artur Agostinho, um grande português que - depois do 25 de Abril de 1974, foi vítima daqueles que- se julgavam donos do 25 de Abril- e perseguiam todos os que não alinhavam nos seus golpes.

Transcrevo algumas passagens do livro:

- " Em 28 de Setembro de 1974, fui detido pelo COPCON, como suspeito de «pertencer a uma associação de malfeitores» (!) Assim rezava a ordem de captura exibida ( e lida em voz alta e nervosíssima) pelo oficial que comandava a pequena escolta que me foi buscar ao Banzão, onde me encontrava com a família em fim de férias. Levado para o RAL 1 ( RALIS) , base do Copcon , depois transferido para Caxias, de onde saí em liberdade , sem qualquer acusação em 24 de Dezembro de 1974.-

- Para os« inventores» dessa fantástica história- e depois para os seus propaladores- eu estaria implicado num movimemnto contra-revolucionário que fora preparado para o dia 28 de Setembro de 1974. Porém, a minha participação nesse pretenso «golpe» revestía-se de características muito especiais e muito...activas.
Alguém me havia encarregado de fazer um transporte de armas que, pelo seu volume, teria de ser rodeado de extremos cuidados. Foi, por isso, que imaginei- dizia-se - a macabra encenação de fazer esse transporte nun carro funerário. No caixão, em vez de um defunto, seguiam espingardas, metralhadoras e algumas granadas de mão. Dentro do carro ( sentado junto do caixão ) ia eu, vestido de padre, não para a cerimónia da encomendação da alma do inexistente defunto mas para vigiar a preciosa carga e fazer a sua entrega aos revolucionários a que se destinava. Apesar de impecavelmente disfarçado e das barbas postiças que tivera o cuidado de colocar, fui descoberto numa «barreira», à entrada da ponte sobre o Tejo. Foi, então, que os diligentes «vigilantes» chamaram o COPCON que me transportou a Caxias.
Esta a « maravilhosa » versão posta a circular, no dia seguinte à minha prisão.
Quando me contaram o episódio, fiquei espantado com a fértil imaginação dos criadores de tão fantástica história. Eu, vestido de padre, junto de um caixão cheio de armas, era coisa que não lembraria ao Diabo. Mas que lembrou a alguém, de espírito mais diabólico do que o próprio Satanás.

- Em Julho de 1975 , sem hipóteses de emprego, fui obrigado a embarcar para o Brasil com a família".



QUE DESCANSE EM PAZ

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