quarta-feira, 29 de maio de 2013

A CORRUPÇÃO NÃO É UM PROBLEMA DA DEMOCRACIA,JÁ VINHA DA DITADURA - diz Paulo Morais


A CORRUPÇÃO NÃO É UM PROBLEMA DA DEMOCRACIA,

JÁ VINHA DA DITADURA - diz Paulo Morais



O vice-presidente da Associação de Integridade e Transparência, Paulo Morais, defendeu na terça-feira que “a corrupção não é um problema da democracia” mas que vinha da ditadura, considerando que o regime “falhou completamente” a combatê-la e organizou-se para a fomentar.
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Paulo Morais lançou na terça-feira, no Porto, o livro “Da Corrupção à Crise – Que fazer?”, esperando a autor que esta obra seja “um pequeno contributo sobretudo no combate ao medo” que se vive em Portugal, tendo estado presente na sessão o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto.

“A corrupção não é um problema da democracia, é um problema que já vinha do tempo da ditadura. Quando se dá o 25 de Abril, no manifesto do programa do Movimento das Forças Armadas, na primeira página, um dos combates que é lá preconizado é o combate à corrupção”, recorda.

Segundo o ex-vereador da Câmara do Porto, o “regime falhou completamente” neste aspeto e “não só não houve combate eficaz à corrupção, como não houve combate nenhum, como pelo contrário o regime organizou-se para fomentar a corrupção”.

“A política transformou-se numa mega central de negócios, os grupos económicos dominam os partidos e por essa via toda a vida política e a democracia está refém desta situação”, condenou.

Segundo Paulo Morais, “a sociedade portuguesa está hoje contaminada na sua opinião pública por mentiras permanentes”, tentando com “este livro repor alguma verdade” e “explicar que a crise não é culpa de todos”.

“Aliás, essa é uma forma de ilibar os principais responsáveis. Naturalmente todos somos responsáveis mas claramente há uns que são mais responsáveis do que outros e eu gostava de repor essa verdade para que não passe para a história que no final do século XX, início do século XXI, havia aqui um povo de gente que andava completamente perdida”, disse.

Segundo o vice-presidente da Associação de Integridade e Transparência, para além do “combate contra mentiras que são repetidas sistematicamente”, o outro motivo, e talvez o mais importante, que o faz escrever o livro foi “o combate ao medo”.

Na opinião do autor, “quando uma sociedade entra neste tipo de situação do medo permanente” está “a morrer”.

Já Marinho Pinto defendeu que, “em alguns países, a classe política portuguesa não sobreviveria uma semana” e os políticos “seriam varridos rapidamente para o caixote do lixo da história”.

“Eles [políticos] nunca chegaram ao poder por um golpe de Estado. Eles são escolhidos pelo povo português, que sabe do que se passa. É também ao povo português que devemos imputar a responsabilidade por esta situação”, defendeu.

Para o bastonário da Ordem dos Advogados existem “evidências, fumos ou indícios de corrupção, porque o povo português não exerce cabalmente a sua ação de vigilância, de crítica cívica”, tendo dado o exemplo de vários casos polémicos, como a compra de dois submarinos por mais de mil milhões de euros.

“O grande mal da sociedade portuguesa está no silêncio imenso que cobre esta sociedade de Norte a Sul do país. Em Portugal o silêncio – por cobardia, por medo, por oportunismo – rende sempre mais, é sempre muito mais vantajoso do que a denúncia, do que a crítica”, lamentou.

Na opinião de Marinho Pinto, “a corrupção subverte as regras da concorrência num mercado aberto”, sendo as empresas que triunfam neste cenário as piores.



ionline

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