MAFRA FINANCEIRA

MAFRA FINANCEIRA

Quando o actual Governo foi formado com 11 ministros, tudo parecia não passar de uma medida populista e, se calhar, assim era nas mentes mais ligeiras do grupo promotor da ideia. Mas um Governo tão pequeno acabou por ser uma óptima oportunidade para o chamado outsourcing, que tem sido bem gordo, tornando esta governação seguramente uma dos mais caras desde o tempo de D. João V.

É difícil elencar aquilo que se tem gasto a mais. Podemos começar pela extinção da Comissão de Acompanhamento das Privatizações e sua substituição por bancos, escritórios de advogados ou empresas de consultoria. A privatização da EDP custou fortunas, como fortunas custou a da ANA e, para não contrastar, a não-privatização da TAP.
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Mas fortunas mesmo, da ordem das várias centenas de milhões de euros. Seria evitável? Evidentemente, em grande parte. Compara-se com o passado, com os tempos de Cavaco Silva, por exemplo. Só para renegociar os SWAPS, eles próprios uma história a que é preciso ainda voltar, foram pagos 500 mil euros, (http://tiny.cc/2331yw), assim, do pé para a mão.

Até a forma como são tratadas as visitas da troika, albergada num hotel de luxo, dias a fio, para assessorar o Governo nos cortes, é parte dessa história, embora sobretudo simbólica, dado o volume das despesas extra. São mesmo rios de dinheiro e são mesmo evitáveis.

E o PS, o que nos diz disto tudo? Temos de saber. Com a dificuldade que às vezes há para definir áreas em que se podem mostrar alternativas, aqui está uma boa causa. O PS não pode ter medo deste terreno. Ele é minado, certo, mas o poder político é sempre mais forte do que o poder financeiro. Basta querer. E para querer, comece-se por evitar o deslumbramento. Sim, porque muito do que se gasta decorre de deslumbramento de aprendiz.

Para além disso, há muito boa gente do lado de lá, do lado da malta do dinheiro, que também está farta disto, que prefere outras regras. Pois, como em tudo, a gente não é toda igual. Aproveite-se então.http://pedrolains.typepad.com/