FRAUDE NA SEGURANÇA SOCIAL: CAFÉ TINHA 6 MESAS E 79 EMPREGADOS
A rede desmantelada pela Polícia Judiciária (PJ) do Porto por suspeitas de ter lesado a Segurança Social em vários milhões de euros em subsídios de desemprego e doença funcionava pelo menos desde 2005. Os serviços demoraram a dar conta da burla, mas várias situações agora detetadas eram escandalosas. Exemplos? O pequeno café no epicentro da trama, na Travessa Fonte do Pereiro, em Pedroso, Gaia, tinha 79 empregados para meia dúzia de mesas.
De acordo com o «Jornal de Notícias», os supostos «empregadores» eram os pais de Alexandre Sabino, considerado o líder da organização, também suspeito de procuradoria ilícita e tido como estando ligado às lides sindicais. Era «engenheiro da UGT», mas falso.
Mas, de acordo com informações recolhidas pelo jornal, no esquema, desempenham papéis fundamentais um médico e um advogado de Vila Nova de Gaia, por especiais ligações a Alexandre Sabino.
Outros cinco advogados da mesma comarca também aparecem citados no processo, por terem proposto no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto processos contra a Segurança Social, por suposta denegação de subsídios. Aliás, o procurador do Ministério Público propôs que o assistente técnico da Segurança Social detido pela PJ ficasse proibido de contactar com aqueles causídicos. Porém, acabou impedido de lidar com o sistema informático. Mas pode continuar a trabalhar.
. A burla, pelas contas apuradas, já custou ao Estado mais de três milhões de euros.
A notícia foi avançada esta terça-feira em comunicado pela Polícia Judiciária e revela que estão em causa esquemas que possibilitavam a centenas de pessoas receberem subsídio de desemprego, doença e pensões de reforma de forma indevida e em montantes elevados.
O Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, já veio dizer que há mais casos de fraude em investigação e que este ano vai ser atingido um montante recorde.
As detenções foram realizadas pela Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, em inquérito titulado pelo Ministério Público de Vila Nova de Gaia, que desencadeou uma «vasta operação», denominada «Operação Teia social», visando «a cessação e desarticulação da atividade criminosa» do grupo de 15 pessoas.
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