quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CAJADADA DE COELHO


CAJADADA DE COELHO

por Paulo Morais 
em www.cmjornal.xl.pt

Passos Coelho entregou a condução do governo a Paulo Portas e ao CDS. Desta forma amarrou os centristas a eventuais fracassos futuros do seu executivo. 

E, mesmo na hipótese pouco provável de sucesso, quem colhe a maior parte dos louros da governação… é o PSD. Em qualquer dos casos, o CDS está capturado e, tal como o conhecíamos, morreu.

Os populares dirigirão doravante as principais pastas do governo. O vice-primeiro-ministro Portas coordena a política económica, com Pires de Lima e Assunção Cristas a dominarem as relações com todo o tecido produtivo português. Em conjunto com Mota Soares, controlam a área laboral, a relação com os sindicatos e toda a concertação social. Os ministros centristas serão os obreiros dos sucessos e fracassos das políticas económicas… de Passos Coelho.

No final da legislatura, o CDS estará pois condenado a fazer uma coligação pré-eleitoral com o PSD. Porque se a vida correr bem ao governo, quem irá reclamar os resultados positivos será o primeiro-ministro. Neste cenário, ao CDS, nas eleições de 2015, restará ir a reboque do PSD numa coligação pré-eleitoral. Se as coisas correrem mal para o governo, se a crise se acentuar, se o ambiente social continuar a degradar-se, os partidos da coligação chegarão exangues ao final da legislatura. Em desespero, terão de fazer uma coligação e, nesta eventualidade, o candidato a primeiro-ministro será, mais uma vez, Pedro Passos Coelho.

Ao não aceitar a demissão de Portas e ao promovê-lo na hierarquia do governo, Passos Coelho protagonizou a mais maquiavélica jogada da política portuguesa. Liquidou o futuro e a autonomia do CDS. Complementarmente, ao vincular os centristas a uma futura coligação pré-eleitoral, compromete a possibilidade de vitória do Partido Socialista nas próximas legislativas e aniquila Seguro.

Por fim, ainda conseguiu pulverizar os seus opositores internos da ala cavaquista. Paulo Rangel ou Rui Rio não dispõem já de qualquer espaço político. Com uma única cajadada, foi Coelho que matou todos os seus adversários externos e inimigos internos. Venceu em toda a linha.

E enquanto isto, para onde vai o país? Para o abismo. Mas, para toda esta gente, isso agora não interessa nada.
por Paulo Morais
em www.cmjornal.xl.pt

... Passos Coelho entregou a condução do governo a Paulo Portas e ao CDS. Desta forma amarrou os centristas a eventuais fracassos futuros do seu executivo.

E, mesmo na hipótese pouco provável de sucesso, quem colhe a maior parte dos louros da governação… é o PSD. Em qualquer dos casos, o CDS está capturado e, tal como o conhecíamos, morreu.

Os populares dirigirão doravante as principais pastas do governo. O vice-primeiro-ministro Portas coordena a política económica, com Pires de Lima e Assunção Cristas a dominarem as relações com todo o tecido produtivo português. Em conjunto com Mota Soares, controlam a área laboral, a relação com os sindicatos e toda a concertação social. Os ministros centristas serão os obreiros dos sucessos e fracassos das políticas económicas… de Passos Coelho.

No final da legislatura, o CDS estará pois condenado a fazer uma coligação pré-eleitoral com o PSD. Porque se a vida correr bem ao governo, quem irá reclamar os resultados positivos será o primeiro-ministro. Neste cenário, ao CDS, nas eleições de 2015, restará ir a reboque do PSD numa coligação pré-eleitoral. Se as coisas correrem mal para o governo, se a crise se acentuar, se o ambiente social continuar a degradar-se, os partidos da coligação chegarão exangues ao final da legislatura. Em desespero, terão de fazer uma coligação e, nesta eventualidade, o candidato a primeiro-ministro será, mais uma vez, Pedro Passos Coelho.

Ao não aceitar a demissão de Portas e ao promovê-lo na hierarquia do governo, Passos Coelho protagonizou a mais maquiavélica jogada da política portuguesa. Liquidou o futuro e a autonomia do CDS. Complementarmente, ao vincular os centristas a uma futura coligação pré-eleitoral, compromete a possibilidade de vitória do Partido Socialista nas próximas legislativas e aniquila Seguro.

Por fim, ainda conseguiu pulverizar os seus opositores internos da ala cavaquista. Paulo Rangel ou Rui Rio não dispõem já de qualquer espaço político. Com uma única cajadada, foi Coelho que matou todos os seus adversários externos e inimigos internos. Venceu em toda a linha.

E enquanto isto, para onde vai o país? Para o abismo. Mas, para toda esta gente, isso agora não interessa nada.

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