MOSCAVIDE E PORTELA 2013 - A BARATA
A BARATA
Nas fendas e desvãos, em lar humilde ou nobre,
Fora da luz, se esconde a tímida barata.
Se sai do esconderijo e humano olhar descobre,
Prestes foge, e o pavor mais a acelera e achata.
Raro espalma num vôo as asas côr de cobre,
A farejar com a tromba, em tudo põe a pata.
Ladra voraz, não poupa o negro pão do pobre,
Tisna as cartas de amor, mancha o cristal e a prata.
Múmia escamosa, o odor que exala causa nojo,
Cauta, vive a espreitar do fundo do seu fojo
A lesma que rasteja e o pássaro que voa.
Mas raia uma hora azul também em sua vida:
De branco um dia acorda! E é bela, assim vestida,
Como a noiva que o amor ao pé do altar coroa...
(Gustavo Teixeira, poeta brasileiro, 1881-1937)
Do nosso amigo Simplício (Moscavide), com a seguinte dedicatória: " A uma barata-macho cá da terra, um onívoro anafado e já velho que é transmissor de várias "doenças" através das patas e fezes pelos locais onde passa".
Loures County Stories
Zeferino Dias
1 Comentários:
Nas comitivas há uma barata que corresponde à descrição. Não sei é se as baratas também sorriem.
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