quarta-feira, 30 de outubro de 2013

ATÉ A ESCRAVATURA TINHA VANTAGENS

ATÉ A ESCRAVATURA TINHA VANTAGENS
ATÉ A ESCRAVATURA TINHA VANTAGENS

(Nota RiseUp » INCRÍVEL ! Existem coisas escritas por quem até devia ter a obrigação de ter mais formação que os outros que são realmente de brandar aos céus. Publicitar a precariedade e a exploração laboral como vantajosa para quem é explorado. VERGONHA)

O Expresso publicou um artigo sobre as vantagens de um estágio não remunerado. » http://tiny.cc/ohjq5w


Narra a jornalista Maria Martins, num discurso positivo e entusiasmante, tipo televendas, que, entre outros aspectos, um estágio destes torna o estagiários "mais responsável", dá-lhe "melhor imagem" e proporciona-lhe uma experiência que "não tem preço". 

Quanto à perversão que isto representa, nem uma palavra. É este o discurso que vai grassando por aí, como cogumelos venenosos no bosque. Por trás de um estágio não remunerado está alguém que, pior do que não ser remunerado, paga para trabalhar e (sobre)vive privado de sustento. Está também um patrão que beneficia de mão de obra pela qual não paga, o que pode, em última análise, dispensar que contrate alguém. 

O vangloriar de soluções destas é um retrocesso civilizacional. Uma jornalista, parte de uma das classes mais exploradas nos dias que correm, devia pensar meia dúzia de vezes antes de fazer um texto daquele género.

Os escravos e as escravas, noutros séculos, também tinham vantagens: eram mais vigorosos fisicamente, mais atraentes e, para além disso, tinham uma vantagem relativamente aos escravos e às escravas modernos: davam-lhe casa e comida. 

Hoje nem isso.

por André Couto 
em www.delitodeopiniao.blogs.sapo.pt
«Nota RiseUp »
 
INCRÍVEL ! Existem coisas escritas por quem até devia ter a obrigação de ter mais formação que os outros que são realmente de brandar aos céus. Publicitar a precariedade e a exploração laboral como vantajosa para quem é explorado. VERGONHA)

O Expresso publicou um artigo sobre as vantagens de um estágio não remunerado. »
http://tiny.cc/ohjq5w...


Narra a jornalista Maria Martins, num discurso positivo e entusiasmante, tipo televendas, que, entre outros aspectos, um estágio destes torna o estagiários "mais responsável", dá-lhe "melhor imagem" e proporciona-lhe uma experiência que "não tem preço".

Quanto à perversão que isto representa, nem uma palavra. É este o discurso que vai grassando por aí, como cogumelos venenosos no bosque. Por trás de um estágio não remunerado está alguém que, pior do que não ser remunerado, paga para trabalhar e (sobre)vive privado de sustento. Está também um patrão que beneficia de mão de obra pela qual não paga, o que pode, em última análise, dispensar que contrate alguém.

O vangloriar de soluções destas é um retrocesso civilizacional. Uma jornalista, parte de uma das classes mais exploradas nos dias que correm, devia pensar meia dúzia de vezes antes de fazer um texto daquele género.

Os escravos e as escravas, noutros séculos, também tinham vantagens: eram mais vigorosos fisicamente, mais atraentes e, para além disso, tinham uma vantagem relativamente aos escravos e às escravas modernos: davam-lhe casa e comida.

Hoje nem isso.

por André Couto
em
www.delitodeopiniao.blogs.sapo.PT

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