CONHEÇA AS BURLAS MAIS COMUNS E SAIBA COMO PROTEGER-SE
Conheça as burlas mais comuns e saiba como proteger-se
"Ganhe dinheiro em casa a dobrar circulares". Esta expressão é-lhe familiar? Fique a conhecer algumas das fraudes mais comuns.
Todos os anos são desmontados inúmeros esquemas que lesam o consumidor, quer seja por perdas financeiras ou por roubo dos dados pessoais. Em 2013, a Polícia Judiciária contabilizou 4.400 inquéritos abertos por burlas informáticas e em comunicação, o que representa uma quebra de 2,2% face aos valores registados em 2012. Foram também registados 450 casos de acesso ilegítimo a correios eletrónicos ou contas bancárias online, uma subida de 4,6% face aos números do ano anterior.
De certeza que alguma vez na vida já se deparou com anúncios como “Ganhe dinheiro em casa a dobrar circulares” ou “foi escolhido aleatoriamente como vencedor de um prémio”. Muitos destes esquemas e burlas já circulam há dezenas de anos, mas vão adaptando-se aos novos tempos e utilizam novos meios de propagação, como a internet, o correio eletrónico e as redes sociais. De acordo com Ana Sofia Ferreira, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor da DECO, apesar destas situações serem antigas e ciclicamente repescadas, “existe uma correlação entre a crise que vivemos e uma adesão maior a este tipo de iniciativas. O consumidor tem necessidade de fazer dinheiro extra há uma maior predisposição para acreditar e deixar-se levar por estas situações”, refere.
“Existe uma correlação entre a crise que vivemos e uma adesão maior a este tipo de iniciativas. O consumidor tem necessidade de fazer dinheiro extra há uma maior predisposição para acreditar e deixar-se levar por estas situações”, explica Ana Sofia Ferreira da DECO.
O aumento do desemprego trouxe à ribalta fraudes relacionadas com trabalho: “Mesmo que não sejam ofertas de emprego são formas de receber algum dinheiro, a dobrar circulares, ou ofertas de emprego que acabam por ser duvidosas e que muitas vezes têm como objetivo não só a questão relacionada com dinheiro, mas também dados pessoais, nomeadamente a digitalização de documentos, passaporte ou cartão do cidadão”, explica a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor.
“Existe uma correlação entre a crise que vivemos e uma adesão maior a este tipo de iniciativas. O consumidor tem necessidade de fazer dinheiro extra há uma maior predisposição para acreditar e deixar-se levar por estas situações”, explica Ana Sofia Ferreira da DECO.
O email como veículo privilegiado
Atualmente, o correio eletrónico é um dos meios mais utilizados para as burlas, nomeadamente situações em que são prometidos prémios, empregos ou formas de ganhar dinheiro de forma simples. Por regra, requerem um investimento inicial por parte do recetor do email e implica que se inscrevam, façam pagamentos ou deem dados pessoais. “É muito utilizado para obter o número de cartão de crédito, dados bancários, digitalizações de bilhetes de identidade ou passaporte”, explicou Ana Sofia Ferreira ao Saldo Positivo.
Uma das situações mais comuns é a do “foi selecionado aleatoriamente e ganhou um prémio”. Outra situação recorrente é a da lotaria espanhola “El Gordo”, o email diz que ganhou um prémio, mas para desbloquear o processo e pagar os impostos em Espanha é necessário dar a identificação bancária e fazer um depósito bancário. Mais recentemente surgiu uma fraude relacionada com a fundação Microsoft, em que chega um email escrito pelo próprio Bill Gates a dizer que a fundação está a apoiar várias iniciativas e que aquele email foi o vencedor da lotaria da Microsoft.
Uma das situações mais comuns é a do “foi selecionado aleatoriamente e ganhou um prémio”. Outra situação recorrente é a da lotaria espanhola “El Gordo”, o email diz que ganhou um prémio, mas para desbloquear o processo e pagar os impostos em Espanha é necessário dar a identificação bancária e fazer um depósito bancário. Mais recentemente surgiu uma fraude relacionada com a fundação Microsoft, em que chega um email escrito pelo próprio Bill Gates a dizer que a fundação está a apoiar várias iniciativas e que aquele email foi o vencedor da lotaria da Microsoft.
Reservas de hotéis fictícias
Outra das queixas que mais chega à Deco está relacionada com vendas e reservas de hotéis feitas através da internet. “Os consumidores fazem reservas em hotéis, mas não o fazem através de uma agência online (como o edreams ou o booking) e optam por fazê-lo diretamente num site do hotel: escolhem um hotel e fazem a reserva no site. Depois efetuam o pagamento e, na realidade, aquele hotel não existe ou chegam ao hotel e este não reconhece a reserva, porque não foi feita no site verdadeiro do hotel”, contou a jurista da Deco. Geralmente, estes casos estão relacionados com hotéis em Portugal ou na União Europeia, mas também já chegaram à associação de defesa dos direitos do consumidor alguns casos relacionados com hotéis nos Estados Unidos. Embora, por regra, “quando os consumidores viajam para mais longe, têm mais cuidado porque os montantes envolvidos são superiores”, prossegue a especialista.
Telefone para vendas agressivas
Embora já não seja utilizado com tanta frequência para prática de fraude, o telefone é muitas vezes o meio predileto para as práticas comerciais desleais, vendas agressivas e enganosas, principalmente direcionadas para um público idoso. É o caso de contactos para o telemóvel, para se dirigir a determinado hotel porque ganhou um prémio, mas ao chegar o local o objetivo é vender-lhe alguma coisa e não dar-lhe um prémio. Estas situações “podem não ser consubstanciadas como burla, mas são práticas desleais – o consumidor assina um contrato, faz um pagamento ou assina um contrato de crédito e há um serviço associado. Aqui a questão está na forma como foi induzido em erro”, explica.
Outro exemplo são as chamadas telefónicas em que a pessoa do outro lado anuncia estar a fazer um rastreio de saúde no quartel dos bombeiros. No entanto, quando chega ao local “o quartel foi alugado por uma empresa que está a vender aparelhos auditivos, eletromagnéticos ou de massagens”, alerta a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Consumidor.
Esquemas financeiros em voga
Apesar de não serem novidade, os esquemas financeiros ao estilo da pirâmide têm surgido com alguma frequência. “São situações em que é fácil ganhar dinheiro: É necessário investir determinado montante e depois trazer mais pessoas para o sistema, para ganhar dinheiro”. Apesar de caminharem numa linha ténue entre o legal e o ilegal, pode ser considerado burla, principalmente quando não há qualquer serviço associado e a intenção é fazer circular dinheiro até alguém deixar de receber.
O caso mais recente é a Telexfree, uma espécie de esquema pirâmide, em que os aderentes apenas têm de copiar e colar anúncios na internet, a troco de uma remuneração mínima garantida e quanto mais pessoas trouxerem, mais comissões ganham. “Não temos reclamações na Deco, porque ainda não há muita adesão e o esquema ainda está a funcionar, mas a Telexfree foi proibida de operar no Brasil por ser considerado burla”, explica a jurista da Deco, ressalvando que em Terras de Vera Cruz os esquemas em pirâmides nem sequer são considerados burla. No seguimento do encerramento das operações no Brasil, a Telexfree também está a ser alvo de uma investigação de fraude nos Estados Unidos, após ter declarado falência e pedido proteção contra credores no Nevada. Em Portugal ainda não é muito popular, mas é na Madeira que existem mais divulgadores da Telexfree.
Redes sociais: cuidado com o que compra
A enorme popularidade de redes sociais como o Facebook junto dos consumidores faz com que sejam meios prediletos para divulgar burlas, por facilitarem a forma de comunicação. “Por exemplo, quando surgiu o jogo da bolha, as redes sociais e os blogues já começavam a ter alguma importância, mas presumimos que se tivesse acontecido hoje, o número de lesados seria superior”, diz Ana Sofia Ferreira.
No entanto, as principais queixas que chegam à Deco relativas às redes sociais são outras: as vendas. “São situações em que alguém vende na sua página do Facebook, mas não é comerciante nem tem empresa. Às vezes corre tudo bem, mas pode correr mal e como não há uma relação de consumo, nem uma estrutura que permita ao consumidor apresentar reclamação, não há forma de prosseguir com uma queixa na Deco”, explica.
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Na hora de fazer pagamentos, opte pelo envio à cobrança ou pagar no multibanco. Mas se quiser pagar pela internet, opte pelo sistema Paypal, a conta virtual ou através da internet, ou do MBNEt. Isto evita que coloque dados da sua conta bancária, nem de cartões de crédito.
Na hora de fazer pagamentos, opte pelo envio à cobrança ou pagar no multibanco. Mas se quiser pagar pela internet, opte pelo sistema Paypal, a conta virtual ou através da internet, ou do MBNEt. Isto evita que coloque dados da sua conta bancária, nem de cartões de crédito.
- Se prefere utilizar o cartão de crédito, a Deco aconselha que se tiver vários cartões de crédito, utilize só um para as compras online. Deve ainda ter um ‘plafond’ pequeno para esse cartão de crédito e verificar o extrato com regularidade. Se notar alguma irregularidade fazer a reclamação ao banco.
- Ao fazer pagamentos pela internet, antes de colocar os dados verifique se o site tem um cadeado, que é sinónimo de pagamento seguro. Normalmente está no ‘browser’, mas pode não estar e terá de o procurar. Se não tiver, desconfie.
- Quando acede ao ‘homebanking’ deve entrar pelo próprio site, nunca utilizar ‘links’ porque estes podem conduzir a sites que parecem o verdadeiro, mas são cópias. Nestas páginas, tudo o que lá é introduzido está a ser copiado.
- Tenha também um antivírus atualizado.
- Numa situação de burla ou de venda agressiva não tenha receio de contactar imediatamente alguém que possa ajudar. Quanto mais cedo atuar nessas situações, mais facilmente pode ter sucesso. Ou seja, contactar um familiar ou uma organização. Numa situação em que assinou um contrato, contacte o mais breve possível uma associação de defesa do consumidor ou alguém que os possa orientar. Nas situações mais graves é aconselhável que contacte a polícia.
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