segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

50 BEBÉS E CRIANÇAS TIVERAM UM AVC EM 2009


Meia centena de bebés e crianças portuguesas foram vítimas de um acidente vascular cerebral em 2009. Por ser raro, o diagnóstico do AVC pediátrico é uma tarefa complicada para os médicos e acaba muitas vezes por ser tardio.
A taxa de mortalidade é elevada, sobretudo no primeiro ano de vida. As suas causas diferem do acidente vascular cerebral dos adultos.
Enquanto no adulto, sobretudo no AVC isquémico, se deve principalmente à aterosclerose e a fatores de risco, como hipertensão, diabetes ou colesterol, nas crianças as causas são múltiplas, explica à agência Lusa a neuropediatra Rita Silva, do Hospital D. Estefânia.
Disfunções cardíacas, doenças hematológicas, problemas nas artérias cerebrais, algumas doenças genéticas, metabólicas e infeções são algumas das causas que podem levar à ocorrência de um AVC.
Rita Silva deu como exemplo a Drepanocitose, uma doença do sangue que existe muito na raça negra e é um fator de risco acrescido de AVC, que é mais frequente no período neonatal e no primeiro ano de vida.
O AVC hemorrágico está mais relacionado com rutura de um vaso sanguíneo, malformações vasculares, traumatismos e determinadas doenças que predispõem a sangrar. "Pode acontecer no útero e em idades muito precoces", sendo difícil de diagnosticar, alerta Rita Silva.
Nalguns casos, as crianças têm febre e convulsões o que "baralha" o diagnóstico: "mais rapidamente aparece na nossa mente uma infeção, epilepsia, enxaqueca, do que propriamente um AVC", comenta.
"No adulto, o diagnóstico tem de ser rápido e deve intervir-se num espaço de tempo de três horas. Nos miúdos, o atraso no diagnóstico é enorme, sobretudo naqueles em que se desconhece uma doença que favoreça o aparecimento de AVC", explica.
Quando não mata, o AVC deixa marcas: "Há muitas sequelas motoras, cognitivas, comportamentais graves". Apesar de tudo, salienta, "o potencial de recuperação das crianças, sobretudo quando ocorre em idades mais precoces, supera muito o dos adultos".

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