PORQUE SORRIA CARLOS MOEDAS ?

Porque sorria Carlos Moedas?

(Publicado em Janeiro 11, 2013 por estrelaserrano@gmail.com )

O governo tem o hábito de mandar os “ajudantes” – como chamava o nosso Presidente (quando era primeiro-ministro) aos secretários de Estado – falarem aos media sobre decisões e matérias importantes da governação que competiriam aos ministros.

Na privatização da TAP e da Ana lá estava a secretária de Estado Maria Luís Albuquerque e o seu colega dos Transportes, Sérgio Monteiro. Quando se fala dos funcionários públicos lá aparece Helder Rosalino. Há dias, foi o do Orçamento, Luís Morais Sarmento, que pôs o País em polvorosa por causa das pressões que fez sobre o Tribunal Constitucional se o orçamento não fosse aprovado (Marques Mendes no seu comentário da TVI esta quarta-feira, comparando-o com Maria Luís afirmou que ao menos ela é competente e bonita, que é como quem diz que Luís Morais Sarmento é, pelo menos, feio!
Ontem foi o sorridente Carlos Moedas que deu bronca ao elogiar o estudo do FMI divulgado pelo Jornal de Negócios. Confesso que não percebi a reacção de Carlos Carreiras, seu colega de Partido, a pedir a sua demissão.

Então, o que havia de esperar-se que Moedas dissesse de um trabalho de que ele deve ter sido o assessor principal? Aquele estudo é, previsivelmente, tudo o que Moedas gostaria de ter feito e não fez. É, para ele, uma espécie de projecto de doutoramento que inclui até revisão da literatura que Moedas vai aprofundar para completar o seu Master in Business Administration. Como poderia Moedas não o elogiar?

O prazer de mergulhar naqueles autores, de colaborar num estudo com aqueles sábios, ser por eles mencionado, deve ter-lhe provocado orgasmos mentais sucessivos, um prazer prolongado que conservou até à hora da conferência de imprensa. Foi o seu “momento D. Sebastião”: “morrer sim…mas devagar”…

Eis porque Moedas sorria durante a conferência de imprensa sobre o estudo do FMI. O estudo do FMI é para ele um documento orgástico.