terça-feira, 17 de dezembro de 2013

RESERVAS DE OURO DO BANCO DE PORTUGAL PERDEM 4,6 MIL MILHÕES


RESERVAS DE OURO DO BANCO DE PORTUGAL PERDEM 4,6 MIL MILHÕES


As barras de ouro que estão guardadas nos cofres do Banco de Portugal valem hoje quase menos cinco mil milhões de euros que no início do ano. A razão é a queda a pique dos preços do metal amarelo nos mercados internacionais, com o ouro a perder brilho, fruto da especulação investidora de que a Reserva Federal (Fed) dos EUA anuncie o início do fim do programa de estímulos à maior economia do mundo.

As contas são simples de fazer. Portugal detém quase 383 toneladas de ouro, as quais, à cotação atual do metal amarelo de 1226 dólares a onça troy, valem 11 mil milhões de euros; no final do ano passado, as mesmas reservas estavam avaliadas em 15,6 mil milhões. Ou seja, desde o arranque do ano, o valor das reservas de ouro do Banco de Portugal baixou 27%, o equivalente a uma desvalorização de 4,6 mil milhões de euros.
E a perda potencial de valor das reservas - caso o Banco de Portugal vendesse parte das suas reservas - ganha ainda uma maior dimensão se for calculada com base no “pico”do preço do ouro atingido a 5 de setembro de 2011. Nessa altura, o ouro atingiu o máximo histórico de 1898,99 dólares, o que avaliava as barras de ouro detidas por Portugal em 16,6 mil milhões de euros, ou seja mais 34% ou 5,6 mil milhões que o valor atual.

Portugal figura entre os países com maiores reservas de ouro no mundo (ver tabela). De acordo com os dados mais recentes do World Gold Council, relativos a setembro, Portugal é o 15.º no top mundial. Mas a realidade é que o Banco de Portugal não compra nem vende ouro desde o terceiro trimestre de 2006. As últimas vendas ocorreram em 2003 e 2006 ao abrigo de um acordo com outros bancos centrais, que limita as vendas deste ativo. No atual quadro legal da União Monetária Europeia, os governos não podem dispor livremente das reservas de ouro que são geridas pelos bancos centrais e o resultado das vendas efetuadas fica retido nesses bancos e não pode servir para amortizar dívida do país. Os bancos centrais estão proibidos de financiar diretamente os Estados.

Considerado um ativo de refúgio pelos investidores em tempos de crise, o ouro tem vindo a perder o brilho e a desvalorizar nos mercados (ver gráfico), com os investidores à espera que a Fed anuncie na reunião desta semana o fim do atual programa de estímulos económicos, que consiste na injeção mensal no sistema financeiro de 85 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros), através da compra de dívida pública e créditos hipotecários, depois da divulgação recente de indicadores económicos que têm vindo a sinalizar a recuperação da maior economia do mundo.
Depois de já ter chegado a negociar abaixo da barreira dos 1200 dólares a onça troy em junho, o ouro está cada vez mais perto de fechar o ano com o primeiro saldo negativo anual, depois de 12 anos de ganhos consecutivos. E 2014 também não se avizinha favorável, uma vez que várias casas de investimento apostam numa nova depreciação do ouro no próximo ano. De acordo com as previsões mais pessimistas, o preço do ouro poderá cair mais 15%. E o valor das nossas reservas também.

http://www.dinheirovivo.pt/

Relacionado - http://www.theportugalnews.com/news/sitting-on-a-gold-mine/27041

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