MANUELA FERREIRA LEITE: " TRATAM-SE OS REFORMADOS COMO SE TAPAM BURACOS NA ESTRADA".
Manuela Ferreira Leite
"Tratam-se os reformados como se tapam buracos na estrada"
Pouco entusiasmada com as boas notícias que têm sido divulgadas sobre a economia portuguesa, Manuela Ferreira Leite lançou, no programa ‘Política Mesmo’ da TVI24, algumas farpas à venda da Caixa Seguros à empresa chinesa Fosun e ao alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade, "tratam-se os reformados como se tapam buracos na estrada "
“Não tenho nada contra os chineses, mas foi vendido um terço do sistema segurador nacional, quando este dava lucro à Caixa Geral de Depósitos e, consecutivamente, ao Estado. Espero que haja uma explicação do motivo e das condições em que tal foi feito”, declarou Manuela Ferreira Leite, no seu espaço de comentário na TVI24.
Antiga líder do PSD reagia, assim, à privatização da Caixa Seguros, adquirida em 80% pela chinesa Fosun, que pagou ao Estado português mil milhões de euros. Para Ferreira Leite, tratou-se, de um mau negócio e de um “raciocínio a curto prazo”, já que “representa uma perda de receita para o orçamento dos próximos anos, que vai ter de ser colmatada de qualquer forma, provavelmente pelos nossos impostos”. “Sempre fui contra a privatização da Caixa Seguros.
Este não é o momento oportuno para nos desfazermos de uma coisa que dá lucro”, lamentou a economista, aproveitando para criticar outra das medidas do atual Governo:
O alargamento da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) paga pelos pensionistas. “Tratam-se os reformados como se tapam buracos na estrada”, disse a social-democrata, justificando que “sendo este um imposto sobre rendimentos brutos, a dada altura acha-se que a pessoa recebe uma determinada pensão, quando ela já pode estar no limite da sobrevivência”.
Nas palavras da comentadora, quando se afirma que “80% da despesa pública diz respeito aos pensionistas e funcionários públicos”, está a dizer-se uma “mentira”, porque, acredita a mesma, “esta fatia não anda a mais de 50 e poucos por cento da despesa pública.
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A alteração da Contribuição Extraordinária de Solidariedade incluída pelo Governo na proposta de Orçamento Rectificativo para 2014 determina que a taxa de 3,5% sobre a totalidade das pensões de valor mensal entre 1350 e 1800 euros passe a aplicar-se a partir dos 1000 euros.
Sobre as pensões superiores a 1800, e até 3750 euros, mantém-se uma taxa de 3,5% para a parcela até 1800 euros e uma taxa de 16% sobre o valor remanescente, perfazendo uma taxa global que varia entre 3,5 e 10%.
Sobre a totalidade das pensões superiores a 3750 euros, continua a ser aplicada uma taxa global de 10%, acrescida das referidas taxas suplementares, agora com uma incidência alargada, abrangendo montantes acima de 4611,42 euros.
Lusa/SOL
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