quinta-feira, 20 de março de 2014

ANTÓNIO COSTA : MUNICÍPIOS PODEM " REBENTAR MONOPÓLIO " DO TRATAMENTO DO LIXO

                                            
                      

O presidente da Câmara de Lisboa avisou hoje que se a privatização dos resíduos avançar, os municípios accionistas "rebentam" com o monopólio da empresa e acusou o ministério do Ambiente de "cartel" para impedir Lisboa de tratar o seu lixo.
Após uma reunião do Conselho Metropolitano de Lisboa, António Costa (PS) voltou a defender que a privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF) não deve avançar, mas no caso de se realizar nas condições previstas haverá procura de alternativas.

"Nós rebentamos com o monopólio e havemos de encontrar alternativa para o tratamento do lixo da cidade de Lisboa custe o que custar", declarou aos jornalistas.

António Costa comentou ainda que o ministro da tutela "deve estar mal informado, porque se estivesse bem informado saberia como os serviços do ministério do Ambiente se recusaram a conceder licenças a todos os outros sistemas para aceitarem o lixo, que não era depositado na Tratolixo".
"Mas não nos coloca entre a espada e a parede. Nós romperemos o monopólio e o senhor ministro não pense que vai vender o monopólio à nossa custa, porque não vai", afirmou o também presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa.

António Costa acusou a tutela de "organizar um cartel" para impedir o tratamento do lixo durante a greve de quatro dias dos trabalhadores da Valorsul que termina hoje.

O ministério considerou na quarta-feira, em comunicado, "incompreensíveis e infundadas" as críticas do autarca de acusar a tutela de ingerência.

Segundo a tutela, "a Valorsul tem publicamente, assim como nos contactos com os seus accionistas e clientes, reafirmado a capacidade de concretização dos serviços mínimos durante a presente greve".

O município de Lisboa informou que dada a impossibilidade de depositar os resíduos na Valorsul, devido a uma greve dos trabalhadores, o município teve autorização para os depositar na Tratolixo (Cascais), empresa que serve os municípios de Cascais, Oeiras, Sintra e Mafra.

Na origem da paralisação está a privatização de 100% da participação do Estado na EGF, uma 'sub-holding' do grupo Águas de Portugal para o sector dos resíduos.
A EGF é responsável pela recolha, transporte, tratamento e valorização de resíduos, através de 11 empresas concessionárias, entre as quais a Valorsul, situada no concelho de Loures e que atua em 19 municípios da Área Metropolitana de Lisboa e da zona Oeste.
"O Governo subavaliou a importância dos municípios e a gravidade da traição que cometeu ao relacionamento leal que lhe era devido ter com os municípios ao longo destes anos e achou que podia vender alguma coisa em guerra com os municípios. Mas está enganado, porque a EGF não vale nada sem os municípios", resumiu.

António Costa acusou o presidente da Valorsul de produzir "declarações falsas" porque a empresa "está efectivamente paralisada desde as 00:00 de segunda-feira", relatando que o "ridículo" de em plena reunião do conselho de administração "se dizer que as portas estavam abertas e havia, designadamente, uma junta de freguesia de Lisboa que não pode fazer as descargas".

Ao fazer a recolha e não podendo depositar na Valorsul António Costa indicou outras possibilidades e avisou o Governo: "o Estado que não pense que nos amarra a um monopólio para enriquecer privados".
Lusa/SOL

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