ANTÓNIO VITORINO E O AJUSTAMENTO DA DÍVIDA PORTUGUESA

António Vitorino defende que Portugal deve aproveitar a “pequena margem de manobra” para relançar o crescimento económico.


O antigo comissário europeu António Vitorino considerou hoje “uma boa notícia” o pedido feito pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, de uma extensão dos prazos de maturidade dos empréstimos a Portugal.

“Tudo o que signifique permitir uma gestão mais racional e mais suave deste processo de ajustamento é benéfica para o País”, afirmou António Vitorino, à margem da conferência comemorativa dos 50 anos do Tratado do Eliseu. “Não apenas em termos de credibilidade externa mas também, se se tirarem as conclusões no plano interno, no relacionamento com a sociedade portuguesa”.

O ex-ministro socialista recusou fazer previsões quanto à data de regresso do País aos mercados, mas sublinhou que um dos objectivos centrais do programa de ajustamento é “criar condições de confiança para que o País possa voltar a financiar-se nos mercados com condições mais favoráveis”, e nenhum país “pode abdicar de contar com esse financiamento”.

Contudo, Portugal deve aproveitar a “margem de manobra” que lhe for concedida para relançar o crescimento económico.

“O que me preocupa neste momento é tirar proveito desta pequena margem de manobra que nos é dada para relançar o crescimento económico e garantir que o País tem um horizonte de esperança”, admite o responsável.