sexta-feira, 5 de março de 2010

QUEM FALA ASSIM, NÃO TEM MEDO



“O poder judicial está, neste momento, empenhado em derrubar o primeiro-ministro. Alguém tem dúvidas disso?”, afirmou Marinho Pinto, no Porto, à margem de uma conferência realizada na Faculdade de Direito no âmbito da semana do emprego que hoje termina naquela instituição.
Adiantou que “este primeiro-ministro, bem ou mal, tocou em alguns privilégios da corporação”, sendo “manifesto” que a mesma “está empenhada em derrubá-lo”.
O caso Freeport é óbvio. Há seis anos que está este processo e vai ser arquivado agora? E durante este tempo todo vejam o que fizeram ao primeiro-ministro”, frisou.
Marinho Pinto salientou ainda que “há decisões judiciais que são produzidas para o debate político” e sustentou que “tudo está aqui numa promiscuidade aviltante para as instituições democráticas e para a própria cidadania”.
Em resposta ao presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, que hoje o instou a concretizar as acusações de que há contaminação política no MP, o bastonário sublinhou que “não” comenta “declarações de sindicalistas”.
“Os sindicatos querem, e bem, mais dinheiro e menos trabalho para os seus associados, o objectivo que me move e move a Ordem dos Advogados é melhor justiça, mais rápida e mais justa para os cidadãos, sociedade e empresas”, salientou.
Continuando com as suas habituais críticas a magistrados, Marinho Pinto reiterou que “há uma agenda política por trás de sectores das magistraturas do Ministério Público e dos juízes”.
“O discurso público, hoje, dos juízes e dos procuradores e dos polícias é o mesmo o que é muito estranho quando o juiz devia estar equidistante”, afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a gravidade das suas acusações o bastonário respondeu “paciência”. “A verdade por vezes incomoda muito”, frisou.
Ainda assim, Marinho Pinto ressalvou que as mesmas [criticas] são “injustas” para o Procurador-Geral da República que “é talvez das poucas pessoas que não anda a fazer política”. “Por isso mesmo é que o querem esfolar vivo na praça pública”, acrescentou.
O Bastonário sustentou ainda que “há muitos magistrados que de facto cumprem os seus deveres. O Procurador-Geral da República é um deles, mas uma grande parte deles tem uma agenda política”, salientou.
Ainda sobre os magistrados lembrou que “a carne de que eles são feitos não é diferente da da generalidade dos outros cidadãos. Todos nós temos paixões políticas e clubísticas e ideológicas, filosóficas e religiosas. Eles também as têm.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial