LOURES 2013 - CÂMARA NO RANKING DAS " DEZ MAIS" OU DAS " DEZ MENOS "
Do debate realizado esta semana pela Antena 1, com os
oito candidatos à Câmara Municipal de Loures, respigamos as seguintes
afirmações do candidato João Nunes (PS) , quando perguntado sobre o porquê de
querer ser Presidente da Câmara de Loures:
"Continuar o trabalho que o PS tem feito nos
últimos 12 anos porque, há 12 anos atrás resgatámos a Câmara de Loures de uma
gestão danosa e ruinosa da CDU";
A saúde financeira do Município é um assunto que deve
merecer a preocupação de todos. Por tal motivo já nos referimos a ele em vários
dos nossos escritos, designadamente sob os títulos 'O mérito do acaso na gestão
municipal' (Fevereiro 2013) e, 'Quem vier atrás que feche a porta' (Junho
2013).
No primeiro caso referíamos a contracção de um empréstimo
bancário de 39,0 milhões de euros contraído pela nossa Câmara o qual, por falta
de comprovativo de visto do Tribunal de Contas, não teve sequência prática por
resolução unilateral do contrato pelo consórcio bancário.
No segundo caso dávamos conta de montantes muito elevados de
provisões e responsabilidades contingentes citadas no próprio Relatório e
Contas de 2012 (auditado por Revisor Oficial de Contas): à Parque Expo 54,2
milhões, à Gabimóvel 34,4 milhões, acordos de pagamentos de 16,7 milhões.
Vamos agora às afirmações do candidato João Nunes:
É um facto que em 2001 Loures era dada como a 2ª Câmara com
maior dívida bancária. Em abono do rigor é preciso dizer que nem sempre a
dívida é por si só um factor demonstrativo de gestão danosa e ruinosa. Bem pelo
contrário, em certos casos a dívida até pode ser considerada virtuosa. Isso
verifica-se tanto na dívida pública como na privada. Ao que conseguimos
apurar este terá sido o caso de Loures: a Câmara e os SMAS fizeram
investimentos cuja utilidade social e até económica tiveram enorme alcance e se
projectam nos nossos dias. Três exemplos apenas: a ETAR de Frielas que se
tornou uma peça fundamental da Simtejo no processo de despoluição do Tejo
e do Trancão; a Valorsul que até distribui lucros apreciáveis à Câmara; a
Quinta do Mocho uma chaga social que envergonhava não apenas Loures mas
também o País.
O volume excessivo de endividamento bancário face à
capacidade de arrecadação de receitas pelo Município só poderia criar problemas
de tesouraria. E criou. A Câmara de então não terá sido prudente mas
acusá-la de gestão danosa não apenas não é verdadeiro como,
politicamente, revela enorme imprudência: é que, ao que
conseguimos apurar, os empréstimos bancários de então terão sido
viabilizados pelo partido pelo qual concorre o candidato João Nunes, o PS.
Se todas estas responsabilidades vierem a confirmar-se,
acha que Loures vai ficar no TOP das dez mais ou das dez menos?
Duma coisa estamos certos: Carlos Teixeira podia e devia ter
resolvido todos estes casos com o menor dano possível para o Município.
Teve tempo e condições para o fazer. Não o fez, não abre a boca, e isso
deixa-nos deveras apreensivos. Um candidato à presidência da Câmara não pode
ficar indiferente a problema tão grave.
O candidato João Nunes já viu o molho de bróculos em
que nós todos estamos metidos? E o João Nunes, eventual Presidente da Câmara,
que pensa disto tudo?
Loures County Stories
José Leónidas
2 Comentários:
No último mandato da CDU foi necessário fazer grandes investimentos no âmbito do PER devido aos realojamentos das obras da Expo98, CRIL e Ponte Vasco da Gama. Foi divida contraída mas com obra feita, com um investimento de 115M€ no municipio. Ao contrário do PS, que apenas investiu 65M€ e que o Anuário Financeiro das Autarquias Locais de 2012 apresenta Loures como o 2ºmunicipio (atrás de Lisboa) como o com mais elevado nível de compromissos para os anos seguintes com 330M€ (ou seja, 3 anos de orçamento do municipio). Pena de quem terá de ir limpar a Câmara de toda esta miséria e compadrios.
Já parece em 2005 quando o executivo PS em Camarate deixou a junta com 494.000€ de dívidas. Fazia parte desse executivo o Sr. Renato Alves (aquele da RedondaTeoria, sabem!?) e que agora é candidato outra vez à união das freguesias de Camarate, Unhos e Apelação.
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