quinta-feira, 19 de setembro de 2013

LOURES 2013 - CÂMARA NO RANKING DAS " DEZ MAIS" OU DAS " DEZ MENOS "



Do debate realizado esta semana pela Antena 1, com os oito candidatos à Câmara Municipal de Loures, respigamos as seguintes afirmações do candidato João Nunes (PS) , quando perguntado sobre o porquê de querer ser Presidente da Câmara de Loures:

"Continuar o trabalho que o PS tem feito nos últimos 12 anos porque, há 12 anos atrás resgatámos a Câmara de Loures de uma gestão danosa e ruinosa da CDU";

 
"Há 12 anos atrás a Câmara de Loures era a 2ª mais endividada a seguir a Setúbal e hoje, pelo Anuário dos contabilistas estamos no Top Ten das maiores câmaras do país."

 
A saúde financeira do Município é um assunto que deve merecer a preocupação de todos. Por tal motivo já nos referimos a ele em vários dos nossos escritos, designadamente sob os títulos 'O mérito do acaso na gestão municipal' (Fevereiro 2013) e, 'Quem vier atrás que feche a porta' (Junho 2013).

No primeiro caso referíamos a contracção de um empréstimo bancário de 39,0 milhões de euros contraído pela nossa Câmara o qual, por falta de comprovativo de visto do Tribunal de Contas, não teve sequência prática por resolução unilateral  do contrato pelo consórcio bancário.

No segundo caso dávamos conta de montantes muito elevados de provisões e responsabilidades contingentes citadas no próprio Relatório e Contas de 2012 (auditado por Revisor Oficial de Contas): à Parque Expo 54,2 milhões, à Gabimóvel 34,4 milhões, acordos de pagamentos de 16,7 milhões.

 

Vamos agora às afirmações do candidato João Nunes:

 É um facto que em 2001 Loures era dada como a 2ª Câmara com maior dívida bancária. Em abono do rigor é preciso dizer que nem sempre a dívida é por si só um factor demonstrativo de gestão danosa e ruinosa. Bem pelo contrário, em certos casos a dívida até pode ser considerada virtuosa. Isso verifica-se tanto na dívida pública como na privada. Ao que conseguimos apurar este terá sido o caso de Loures: a Câmara e os SMAS fizeram investimentos cuja utilidade social e até económica tiveram enorme alcance e se projectam nos nossos dias. Três exemplos apenas: a ETAR de Frielas que se tornou uma peça fundamental da Simtejo no processo de despoluição do Tejo e do Trancão; a Valorsul que até distribui lucros apreciáveis à Câmara; a Quinta do Mocho uma chaga social que envergonhava não apenas Loures mas também o País.

O volume excessivo de endividamento bancário face à capacidade de arrecadação de receitas pelo Município só poderia criar problemas de tesouraria. E criou. A Câmara de então não terá sido prudente mas acusá-la de gestão danosa não apenas não é verdadeiro como, politicamente, revela enorme imprudência: é que, ao que conseguimos apurar, os empréstimos bancários de então terão sido viabilizados pelo partido pelo qual concorre o candidato João Nunes, o PS.

 
E o que diz o candidato João Nunes quanto ao empréstimo de 39,0 milhões (feliz acaso a sua não concretização)? E quanto à Parque Expo? E os 34 milhões da Gabimóvel do Sr. Bibi? E quanto aos sucessivos 'acordos de pagamentos' que começam a atingir valores comprometedores? E os juros de mora que vão impender sobre estas responsabilidades em que a Câmara está envolvida? Que adjectivo qualificativo encontra o candidato João Nunes para a gestão do seu camarada Carlos Teixeira?

Se todas estas responsabilidades vierem a confirmar-se, acha que Loures vai ficar no TOP das dez mais ou das dez menos?

Duma coisa estamos certos: Carlos Teixeira podia e devia ter resolvido todos estes casos com o menor dano possível para o Município. Teve tempo e condições para o fazer. Não o fez, não abre a boca, e isso deixa-nos deveras apreensivos. Um candidato à presidência da Câmara não pode ficar indiferente a problema tão grave. 

O candidato João Nunes já viu o molho de bróculos em que nós todos estamos metidos? E o João Nunes, eventual Presidente da Câmara, que pensa disto tudo?

 
Loures County Stories

José Leónidas

 

2 Comentários:

Às 19 de setembro de 2013 às 17:24 , Blogger Zé Luís disse...

No último mandato da CDU foi necessário fazer grandes investimentos no âmbito do PER devido aos realojamentos das obras da Expo98, CRIL e Ponte Vasco da Gama. Foi divida contraída mas com obra feita, com um investimento de 115M€ no municipio. Ao contrário do PS, que apenas investiu 65M€ e que o Anuário Financeiro das Autarquias Locais de 2012 apresenta Loures como o 2ºmunicipio (atrás de Lisboa) como o com mais elevado nível de compromissos para os anos seguintes com 330M€ (ou seja, 3 anos de orçamento do municipio). Pena de quem terá de ir limpar a Câmara de toda esta miséria e compadrios.

 
Às 19 de setembro de 2013 às 17:35 , Anonymous Anónimo disse...

Já parece em 2005 quando o executivo PS em Camarate deixou a junta com 494.000€ de dívidas. Fazia parte desse executivo o Sr. Renato Alves (aquele da RedondaTeoria, sabem!?) e que agora é candidato outra vez à união das freguesias de Camarate, Unhos e Apelação.

 

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