A Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações voltou ontem a insistir na criação de uma nova freguesia, denominada, precisamente, Parque das Nações, e integrada no concelho de Lisboa.
O objectivo é que aquela área deixe de estar dividida entre as três freguesias de Santa Maria dos Olivais, Moscavide e Sacavém, em que a primeira pertence ao concelho de Lisboa e as outras duas ao de Loures.
A associação entregou ontem na Assembleia da República (AR) uma petição solicitando a criação da sua freguesia.
Uma pretensão que vai contra as mais recentes directrizes traçadas pelo Governo sobre esta matéria.
Em 2005, quando António Costa era ministro da Administração Interna, apresentou um projecto com vista ao reordenamento e reorganização das freguesias, que implicaria a extinção de algumas e a fusão de outras. Mas ainda não avançou, continuando apenas no papel e metido na gaveta.
Mesmo assim, a Associação de Moradores e Comerciantes do Parque das Nações não desarma e, já depois de ter feito outras duas petições, voltou ontem a entregar mais uma "com cerca de 5200 assinaturas para o assunto ser debatido no Parlamento", revelou ao DN o seu presidente José Moreno.
"Desde 2003 que tentamos ser uma freguesia autónoma", recordou, considerando que, "na prática, a freguesia Parque das Nações já existe, porque é um espaço com vida própria e com meios próprios. Só falta criá-la oficialmente".
José Moreno salienta que a criação do Parque das Nações "implicou infra-estruturas comuns, como a construção de uma galeria técnica, um sistema central de frio e calor e o sistema integrado de recolha de lixo por sucção".
"Até o patriarcado, quando resolveu construir aqui a igreja, criou uma paróquia própria para o Parque das Nações", frisou.
O Parque das Nações "já tem entre 20 mil e 22 mil habitantes e terá 25 mil daqui a dois anos. Dentro de cinco anos serão 30 mil moradores", referiu José Moreno.
Recordou que, em Setembro de 2008, o então administrador da Parque Expo, António Mega Ferreira, "já dizia que em 2010 este projecto estaria completo e com vida própria".
"Isto é uma salganhada, em que estamos a ser geridos por uma sociedade anónima e por duas câmaras: Lisboa e Loures", diz José Moreno. Considera que "é uma aberração com divisões artificiais".
O presidente da associação lembra que "a petição foi discutida em 2004 na AR, mas o Governo de Santana Lopes caiu e ficou tudo sem efeito. Em 2006, a maioria PS recusou discutir a petição.